O Folclore…?! Quem diria!?...



Verão… Agosto… Romarias… Festarolas… Emigrantes… Farturas… Bifanas… e… (claro) Festivais de Folclore. Na verdade, nenhum destes anteriores conceitos pode ser dissociado um dos outros, como deve ser perceptível. Chegando-se a este mês, todo o país pulula e estremece, não de emoção, propriamente dita, mas sim porque há demasiada gente aos saltos, simultaneamente, em várias centenas de palcos espalhados por esse país afora.

De facto, nunca percebi bem o que são os Festivais de Folclore. Seriam simples manifestações culturais ou seriam assim como uma praga incontrolável que invade o território, anualmente, durante 4 (a 8) fins-de-semana e depois se vai, voltando inevitavelmente no ano seguinte, pela mesma altura?...

No propósito de encontrar resposta para esta minha inquietante dúvida, resolvi ir eu próprio assistir a um desses eventos. (Por esta ordem) Expirei… inspirei… ganhei coragem… e fui!

E… surpresa das surpresas… não foi nada do que eu estava à espera! Afinal, o bel’ festival de folclore não é só uma manifestação cultural, nem só uma praga. Pode muito bem não ser nenhuma delas, como pode também ser ambas… levadas ao extremo! Aquilo é um ragabófe só; é o que é!... e será tanto uma manifestação cultural quanto um filme erótico seja considerado cultura, como será tanto uma praga quanto a porção de filmes “XXX” que encontramos nas prateleiras de videoclubes, supermercados e à venda na Internet (aqueles das capas coloridas, cujas imagens e “enredo” só se vêem através das caixas incolores dos DVD’s e K7’s VHS).

Mas eu passo a explicar. O Festival a que eu assisti demonstrou-me que o folclore é, acima de tudo, altamente interessante, pelo ponto de vista da promiscuidade! E que o que a malta, afinal, gosta… é disso mesmo!

Começa logo pelas constantes trocas de pares em grupos 4, 6 ou mais. No meu “dicionário”, vulgarmente a isso chama-se “swing” e há festas privadas para o efeito. Mas, ali, não. A malta troca de par, abraça-se e esfrega-se abundantemente… em público! Grandes malucos!!...

As gajas fartam-se de levantar as saias (em atitude claramente libidinosa), no mínimo, 3 a 4 vezes por dança e, de preferência, virando a zona pélvica para a plateia enquanto o fazem. Ainda na parte das fatiotas delas, os corpetes são justos (muito apertados mesmo), o que implica que tudo o que o corpete não apanha (leia-se, o peitoral feminino) como que salta para se mostrar ao mundo em todo o seu volume (e há, nos ranchos folclóricos, muito… volume!... curioso…).

Em diversas danças, assiste-se aquilo a que eu chamaria (recorrendo de novo ao meu “dicionário”) de “Girl on Girl Action” – meninas que bailam umas com outras, sorrindo lascivamente, em óbvia postura de sedução mútua – o que evidencia a grande abertura de espírito desta malta. Por outro lado, o mesmo espírito aberto mostra-se em coisas como as danças de pauliteiros em que grandes grupos de machos retiram o chamado prazer do facto de estar em contacto com o pau do próximo, em particular, mas acima de tudo, por poder “brincar” com muitos paus ao mesmo tempo!... Ainda neste particular, ressalta à vista (parece-me a mim, pelo menos…) o estranho ritual de acasalamento que traduz a dança dos campinos, não?

Mas a coisa não fica por aí. Quantas são a “modinhas” com menções a moças casadoiras e a amores iniciados declaradamente em pecado, durante as desfolhadas e outros trabalhos do campo? Aliás… tudo o que meta palha ao barulho… por mim… está bem!... e perece ser um hit garantido, ao nível do folclore nacional!

Também os amores impossíveis e proibidos são um “prato” forte das letras dos temas folclóricos e etnográficos, principalmente se envolverem mulheres casadas, moçoilas quase em idade maior (mas ainda não exactamente) e adultérios espalhafatosos envoltos em grande secretismo. E, já agora, pergunto o que têm (ou tinham) de tão especial as pastorinhas, as salineiras, as bordadeiras, as carvoeiras, as lavadeiras, as mondadeiras e outras que tantas mulheres trabalhadeiras, é certo, de que tanto se fala num festival e que quase sempre são as protagonistas de grandes e fogosas relações românticas e/ou… lúbricas? Hmmmm… parece-me que aquilo nos finais do século XIX e inícios do século XX é que era giro!...

Em suma, fiquei fã dos Festivais de Folclore. Não que goste particularmente de mulheres de vozes esganiçadas a berrarem desalmadamente (essa malta chama a isso cantar) – muito embora também isso me pareça mais uma clara referência erótica – mas toda aquela carga “kincky”, devassa e folcloricamente travessa – confesso – apraz-me sobremaneira… não sei bem porquê…!




1 inSensinho(s) assim...:

so disse...

falando em folclore lembrei-me duma coisa - ok, não tem nada a ver:

ontem calhou-me na rifa entrevistar uma dupla brasileira pirosa. perguntava eu:
- e musica portuguesa, conhecem?
- ah, sim.... o roberto leal. Também conheço uma mulher muito famosa, mas agora não me lembro do nome.

ps-era a amália.